domingo, 31 de julho de 2011

VIDA CRISTÃ

RESUMO

Este é um arquivo que visa tratar sobre um importante assunto que deve ser levado, ou pelo menos deveria, em consideração pela igreja cristã. A prática da igreja cristã é um tema onde nos leva a refletirmos sobre o que temos feito como servos de Cristo, como igreja, como imitadores do Mestre Jesus. Então, pensando nisso, resolvemos tratar deste assunto onde visa nos alertar sobre a nossa missão como igreja do Senhor.
Palavra Chave:
Prática cristã; Testemunhar; Ordem dada por Cristo; Missão da igreja; Ser cristão.

INTRODUÇÃO
            Sabemos que a nossa vida como verdadeiros cristãos transformados pelo grande amor com que nos amou, deve visar em tudo a Glória do Majestoso Deus. Porém, será que nós temos cumprindo o nosso papal como cristão? Será que as atitudes tomadas hoje referentes à prática cristã têm agradado a Deus? Qual a verdadeira missão da igreja de Cristo?
Analisando por este lado, iremos apresentar um assunto que trata sobre “A Prática Cristã”, onde abordaremos sobre qual a verdadeira missão da igreja, e se a temos cumprido conforme nos ordenou o Senhor Jesus Cristo. Analisaremos este assunto sob dois moldes: 1) Chamados para testemunhar. 2) A Prática das boas obras.

CONTEÚDO HISTÓRICO
Sabemos que a igreja ela é uma instituição que foi muito bem organizada no passado. Todos os protestantes lutaram contra o erro, lutaram também para ter o seu espaço. Não foi diferente com a sua organização. “No ano de 1928, o conselho Missionário Internacional, reunido em Jerusalém, esteve debatendo o motivo das missões e discutindo o mérito de se formar uma síntese entre o cristianismo e outras religiões para formar uma fé mundial” (A igreja; Série Teologia cristã, pag. 145). Então, nos anos 60, se desenvolveu a teologia da “Igreja serva”, onde se diz que a igreja não tem uma missão, ela é missão, ou seja, ela existe somente em missão. Mas, será que nos temos mesmo essa noção de missão? Porque então que a igreja não tem testemunhado sobre o Cristo Ressurreto, ou também, porque não temos nos preocupado com aqueles que estão sofrendo debaixo dos nossos narizes, e que muitas vezes fingimos que não estamos vendo? Analisemos dois pontos principais que a igreja deve se envolver como verdadeiras imitadoras de seu mestre, Cristo Jesus:

CHAMADOS PARA TESTEMUNHAR
Sabemos muito bem sobre o texto que fala sobre o que Jesus nos ordenou antes de subir aos céus, relatado no livro de Mateus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do        Filho e do Espírito Santo; ensinado-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (MT 28:19-20). Aqui Jesus ordena os seus discípulos a fazer discípulos. Está é uma frase que está no imperativo, onde expressa uma ordem que eles deveriam ir e fazer discípulos. Então, se percebe que a igreja tem como função “a evangelização e a edificação” (Igreja: Forma e essência. 1984 pag. 55). Somos responsáveis por dar continuidade a obra de cristo, na evangelização das boas obras, e também na edificação da igreja, dando apoio e suporte aos novos convertidos e aos fracos na fé, fazendo assim com que o corpo de Cristo cresça para a Glória de Deus Pai.  “A igreja não é apenas uma organização apenas, ela é um corpo. Cada grupo local de fiéis é constituído de membros que devem estar em ação e fazer parte do todo. A igreja deve ser um organismo dinâmico “[1]. Precisamos andar juntos, cientes do nosso dever, de nossa missão. Cada membro tem as sua função, assim como diz o texto:
“Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer a mão: não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: não preciso de vós.” (1 CO 19-21). Paulo aqui fala da unidade orgânica da igreja, então, nota-se que precisamos unir as nossas forças para testemunhar sobre o nosso Cristo, fazendo assim nossa missão, fazendo assim o papel da verdadeira igreja de Cristo.
            Há anos a igreja evangélica vem negligenciando a importância do corpo vivo e do cristianismo relacional. “Passamos a depender do pregador e do pastor para a obra do ministério” (A igreja: Forma e essência. 1984 pag. 147). Somos responsáveis pela ordem e organização da igreja, e principalmente pela edificação do corpo de cristo. Quando cada membro trabalha desenvolvendo sua função, a tendência e de termos uma igreja firme e edificada em amor.

A PRÁTICA DAS BOAS OBRAS
            Eis aqui mais um grande problema que enfrentamos nas igrejas de Cristo, a práticas das boas obras. Quem não já passou por um mendigo em umas dessas cidades de grande movimento, e ao passarmos próximo a ele, fingir que nada vemos ou ainda achar que aquela situação é uma é uma coisa normal. Será que se Cristo vivesse hoje em nossos dias, ele teria a mesma reação ou a mesma atitude que nós? Se pregarmos tanto o amor, porque então não olharmos para estes com um olhar de misericórdia, compaixão assim como Jesus olhava para aqueles que não o conheciam? O que temos feito?
            É através de nossa vida, atitude, que vamos mostrar quem realmente somos. Todas as nossas palavras só terão sentido se a colocarmos em prática. Todo verdadeiro cristão é aquele que crê, mas também é aquele que procura expressar com gestos e atos que realmente é um seguidor fiel do Grande Messias.
“Tendo como exemplo o senhor Jesus Cristo e como orientador o espírito santo, o cristão pode ser imitador de Deus como filho amado e andar em amor, como Cristo viveu” (Ser cristão é viver a vida cristã, Sê cristão hoje, IPU 1990, Pag. 5). Percebemos que ser cristão é verdadeiramente viver uma vida de práticas cristãs.
O apóstolo Pedro diz:
“... o qual andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”(atos 10:38), daí, vemos que o Próprio senhor Jesus, que era Deus, tomou uma posição de servo para servir. Onde havia alguém precisando de ajuda, Ele estava ali para consolar, cuidar, curar, abençoar etc. Jesus de fato nos ensinou a fazermos esse tipo de prática de boas obras, mas muitas vezes negligenciamos essa missão dada pelo senhor.
 “o testemunho deve ser transmitido e comunicado, não principalmente pelas palavras, mas pelas atitudes que tomamos diante do mundo e da vida” (É comunitário, Sê cristão hoje, IPU 1990 Pag. 7).
            Precisamos aprender a amar o nosso próximo, a amar e ter compaixão de pessoas que carecem desse amor. Precisamos assim o fazer para que todos nos reconheçam como verdadeira igreja de Cristo, como seus discípulos.[2] O Homem, criatura formada de corpo e alma, foi criado por Deus para servi-lo na terra e alcançar, com Ele, a felicidade no céu. Dotado de consciência e livre arbítrio, o homem é responsável por sua conduta, cujas normas são preestabelecidas pelos princípios eternos da lei moral.[3]
Ainda falando das boas obras, a confissão diz:


“A capacidade de realizar boas obras de modo algum emana dos crentes, mas inteiramente do espírito de Cristo. E para que possam ser capacitados para isso, além das graças que já receberam, é indispensável que haja uma real influência do espírito santo a operar neles tanto o querer quanto o realizar, segundo o seu beneplácito; contudo, não devem, por isso, tornar-se negligentes como se não tivessem a obrigação de realizar qualquer dever senão pelo impulso especial do espírito; ao contrário disso, devem ser diligentes em dinamizar a graça de Deus que está neles”.
(Seção III, DAS BOAS OBRAS. Confissão de fé de Westminster (comentário), os puritanos 2007, 208 pag. 302-303)

            É evidente que a operação quanto ao querer é de fato vinda do Espírito Santo
(FL 2:13), porém,  isso não deve ser um pretexto para que não cumpramos a obra deixada por Cristo Jesus. Devemos cumprir a nossa missão como verdadeiros filhos obedientes do Pai, onde ele nos ensina a fazermos tal prática.

CONCLUSÃO

            De fato percebemos que a missão da igreja é muito importante, e que precisamos urgentemente nos envolver como igreja nesta questão de prática cristã, visando a Glória exclusiva de Deus. Nós não fomos chamados para sermos cristãos de bancos de igreja, mas para sermos praticantes. Precisamos testemunhar sobre a verdade que liberta, e também, precisamos voltar os nossos olhares para a prática das boas obras, para que o nosso Deus e Pai seja Glorificado e verdadeiramente venhamos ser reconhecidos como aquele que realmente segue a Cristo.

Seminarista: Willams Guilherme

REFERÊNCIA

Getz, Genne A. Igreja: Formas e Essência. Vida nova, São Paulo, 1994.
Araujo, João dias de. Sê Cristão Hoje. Igreja Presbiteriana do Brasil, São Paulo 1990.
Clowney, Edmund. A igreja. Série Teologia Cristã, Cultura Cristã, São Paulo 2007.
Redden, John D; Ryan, Francis A. Filosofia da Educação. Agir editora. Rio de Janeiro 1956.
Hodge, A.A. Confissão de Fé de Westminster:Comentário. Os puritanos, 2007,2008



[1] Definição sobre O CORPO EM AÇÃO, livro: A Igreja: Forma e essência, Genne A. Getz pag. 174
[2] Texto baseado na passagem de JO 13:34-35.
[3] Princípios católicos de vida, Filosofia da educação cristã, Agir editora 1956 pag. 14. 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Faleceu um entre os Santos: John R. W. Stott

Como Augustus escreveu semana passada, morreu Amy Winehouse, uma inglesa de grande influência no mundo pop. Morreu, supostamente, de overdose, aos 27 anos. Ainda não há um laudo, mas, pela sua vida, ninguém acredita que seja diferente disso. Muitas vezes apareceu em público sob a influência de drogas e pelo que vemos na televisão muitos de seus fãs encontram-se profundamente enlutados. O mundo lamenta uma morte trágica.

Morreu hoje, aos 90 anos, John R. W. Stott, outro inglês de grande influência, mas na contra-cultura pop. Nascidos no mesmo país, no mesmo século mas em universos diferentes (lembrando do livro de James Sire, O universo ao lado no qual mostra que universos diferentes são concebidos de acordo com a visão de mundo do indivíduo). 

Amy celebrou o hedonismo do seu universo e espalhou aquilo que recebeu de seu tempo. Stott celebrou a santidade e uma vida simples, olhando para um universo completo e cheio da graça de Deus (Conheci a casa de Stott e ali fiz duas refeições simples e singelas, preparadas por ele mesmo. Ele mostrou, com grande entusiasmo, os slides de um esporte radical que praticava: ver pássaros in natura! Escreveu um livro chamado The Birds our Teachers, ilustrado com fotos que ele mesmo tirou).

Amy levou uma vida regrada a bebida, drogas e sexo pregando este estilo de vida pela sua música. Stott pregou a centralidade de Cristo, a vida de Cristo e a obra de Cristo. (Em 1985 estudei no London Institute for Contemporary Christianity e tive aulas de hermenêutica bíblica com Stott. Ele me ensinou que o pregador crente deve viver em busca de integridade hermenêutica, respeitando o autor divino e o autor humano das Escrituras.) 

A mídia noticiou incansavelmente a morte de Amy, mas duvido que a notícia da morte de Stott saia em mais do que alguns noticiários pontuais no exterior. Mais uma evidência de que este homem, capelão da rainha da Inglaterra, era contra-cultura. 

No dia 06 de outubro de 1985 fui participar do culto em All Souls Church, onde Stott era pastor emérito. Ele pregou nos primeiros versos de Hebreus, "Jesus, a palavra final". Lembro-me de ter vertido lágrimas diante da clareza, simplicidade e autoridade com que expôs a Escritura. Hoje ouvi novamente o mesmo sermão, lágrimas me vieram mais uma vez (http://allsouls.org/Media/Player.aspx?media_id=50218&file_id=53536). Eis o esboço:

1. Cristo e a Palavra: Ele é a Palavra de Deus, completa e final.

2. Cristo e a criação: Ele é o agente, o sustentador e o herdeiro, o Cristo cósmico, o alfa e o ômega.

3. Cristo e o Pai: Ele irradia a glória de Deus: idêntico em natureza e essência; Ele é o selo da natureza de Deus: distinto em pessoa.

4. Cristo e a Salvação: veio para lidar com pecados, purificar dos pecados e cumprir uma obra perfeita, a justiça perfeita de um Deus justo!

Aplicação: este é o seu Cristo? Ele é único ao revelar e salvar. Quem entende isto, sabe que não pode recorrer a mais ninguém. Esta era a tentação dos Hebreus que receberam carta. Nós precisamos voltar a esta visão bíblica de Cristo. É o caminho para este mundo sincretista e pluralista. Nunca esqueça, não há outra revelação. Não há nada que possa substituir, melhorar ou ser acrescentado à revelação no Verbo encarnado. Depois que vemos a Cristo, não há outra coisa no que possamos crer. Nunca esqueça, não há outra salvação: Ele é completo, singular. Não há outro em que se possa encontrar salvação. Ele também é salvador singular. Sem Cristo não há revelação e não há salvação. Ele é "hapax", de uma vez por todas... Deus não tem mais a dizer do que Ele já disse nesse salvador. Crer nisto é ser cristão evangélico.

Que o Senhor nos abençoe com homens abençoados como foi Stott para a glória dEle. Os céus celebram a chegada de um feito santo pelo sangue de Cristo.

Fonte:http://tempora-mores.blogspot.com/

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Porque Deus quer que Cantemos?


Transcrição

Eu acho fascinante que as Escrituras não nos ordenam que louvemos a Deus, simplesmente, mas que devemos louvá-lO com canções. Salmo 47 diz: “Cantai louvores a Deus, cantai louvores, cantai louvores para o nosso Rei, cantai louvores”. É bem claro, Deus não está interessado somente em um modo simples de dizer sua retidão, bondade e verdades a Seu respeito, Ele quer que nós também cantemos tais atributos.
Portanto, eu tenho estudado durante estes anos, tentando descobrir a razão pela qual Deus quer que cantemos. Eu creio que uma das razões mais importantes é que cantar possui esta qualidade que nos capacita a lembramos das palavras. Nos é dito em Colossenses 3:16:
“A palavra de Deus habite em vós abundantemente… cantando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais”.
Tem outra passagem em Deuteronômio 31 onde Israel está para entrar na terra prometida e Deus diz a Moisés para ensinar a eles uma canção “para que eles não esquecessem das minhas palavras, quando eles me desobedecerem esta canção será lembrada pelos seus filhos”. Isto é uma qualidade quando percebemos que não podemos esquecer os “jingles”, por que ficam voltando para sua mente, não importa onde você esteja por que está fixado na musica, e você tenta parar mas não consegue e ela continua voltando. Isto é, então, uma qualidade que é redimida em nossas canções, como cristãos. Então nossa alma deve ser cheia da palavra de Deus, preenchida abundantemente com teologia e doutrina. Esta é uma das razões pela qual Deus intentou que cantássemos.
Outra razão é que cantar nos capacita a combinar doutrina e devoção, mente e coração. O canto é feito para aguçar nossas emoções. Jonathan Edwards disse que esta é uma das razões pela qual Deus nos deu a musica, para aguçar nossas afeições, não existe nenhuma outra razão pela qual devemos cantar a não ser para esta tendência de mover nossas emoções e afeições. Portanto, quando cantamos “Uma poderosa fortaleza é nosso Senhor” é diferente de somente declararmos “Uma poderosa fortaleza é nosso Senhor”. Nós somos capacitados a declarar isso em unicidade, juntos. Nós estávamos numa conferência Togheter for the Gospel, mais de 5 mil pessoas, a maioria homens, cantavam estes grandes hinos de nossa fé, e ao ouvir estas palavras cantadas foi muito transformador. Você está cantando realidades bíblicas que são eternas, verdades bíblicas, mas é combinada com este cenário musical e você é afetado.
Deixe-me dar uma terceira razão, existem inúmeras outras, mas estas três me vieram a mente. Nossos louvores na terra antecipam os nossos louvores no Céu. Nós temos esta idéia no livro do Apocalipse de inúmeras multidões proclamando “Digno é o Cordeiro que foi morto”, levantando suas vozes em canções e em proclamações. Então, quando nos reunimos juntos para cantar nosso louvor a Deus… Não que isto será a única coisa que faremos na eternidade, mas eu creio que será uma parte significante do que faremos. Então, quando fazemos isso recebemos um pouco de como será, regozijando com pessoas de todas as tribos línguas e nações, cantando na presença do Cordeiro que foi morto.

Fonte: http://canteasescrituras.com

Alegria no Sofrimento

Publicado em 15 de julho de 2011 – 21:10
por Vincent Cheung
Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. (Tiago 1.2-4)
Os seguidores de Jesus Cristo enfrentam muitas dificuldades neste mundo. Algumas delas são experiência comum de todos os homens; os cristãos, contudo, são um povo escolhido, salvo e iluminado por Deus, e por isso devemos interpretar nossas vidas à luz do evangelho. Os não cristãos sustentam uma filosofia que se opõe à justiça de Deus e ao caminho de Cristo. Negam as verdadeiras causas e soluções para os problemas da humanidade. Assim, independentemente das variações e revisões, todas as teorias não cristãs falham em chegar à verdade sobre a nossa situação. Em vez de tomar conselhos a partir das dificuldades e dores de cabeça, eles se tornam amargos e endurecem seus corações contra a mensagem da salvação. E, em vez de capitular sob o calor da ira de Deus, juntam-se para lhe resistir. Mas a rebelião aumenta seus problemas e causa estragos em suas almas.Jesus Cristo nos salva da amargura e da rebelião, e transforma nossas perspectivas e atitudes. De fato, ele nos apresenta a única perspectiva verdadeira e as únicas atitudes adequadas. Ele nos faz homens e mulheres superiores. Aqueles que ainda estão obstruídos pela incredulidade e por más tradições hesitam dizer isso acerca dos seguidores de Cristo, mas se você se recusa a dizer que agora é superior ao seu antigo eu, significa que também alega que o evangelho é impotente e que as reivindicações que ele faz sobre o poder de Cristo são fraudulentas. Mas se você admite que agora é superior, isto também deve significar que você se tornou superior aos não cristãos, já que eles não se beneficiaram da sabedoria e do poder de Deus. A lógica é inescapável, mas de praxe os teólogos não falam dessa maneira, pois a maioria continua escrava da falsa humildade e dos clichês religiosos. Somos superiores porque Jesus Cristo é superior, e ele nos fez superiores nele por sua graça. É um dom de Deus ao seu povo.
Os não cristãos estão fora de contato com a realidade. Sua visão do mundo é pura fantasia, segundo a qual são pessoas boas e úteis, homens e mulheres podem livrar a si mesmos da perversidade e da destruição e Deus não os punirá com fogo do inferno. Jesus Cristo nos mostra a verdade e a realidade. Revela-nos que Deus é justo e soberano, que a humanidade transgrediu o padrão divino e caiu em pecado, e que Cristo veio para nos salvar da ira que está para vir e que já agora está operando no mundo. Jesus nos mostra que, embora tenhamos um futuro glorioso nele, que embora o caminho dos justos brilhe cada vez mais, este mundo segue caído e corrompido, que ainda não somos aperfeiçoados e que o crescimento nas virtudes de Cristo envolve dificuldades duradouras nesta vida.
Em si mesmas, as dificuldades não são agradáveis nem encorajadoras, mas Jesus Cristo nos capacita a enfrentá-las com alegria porque compreendemos que, quando as abordamos à luz do evangelho, elas exercitam nossa paciência e aumentam nossa resistência. Para isso significar alguma coisa, devemos entesourar as virtudes de Cristo mais que os confortos deste mundo. Devemos ter em mente as coisas de Deus mais que as coisas dos homens, e devemos ter um apetite semelhante ao dos anjos em vez do das feras.
Aqueles que foram regenerados pelo Espírito de Deus receberam a sabedoria para enfrentar a vida com essa perspectiva. Queremos ser como Jesus Cristo, que persistiu não apenas em meio às dificuldades gerais de viver neste mundo, como também à incredulidade, calúnia, toda sorte de abuso e mesmo à morte, podendo assim honrar seu Pai e salvar seu povo, isto é, os crentes de todas as gerações. Se seguirmos seu exemplo, nosso sofrimento no Senhor não será em vão.
Contudo, isso não significa que não fazemos nada para resistir. Algumas tradições religiosas querem nos fazer crer que a paciência e a resistência se traduzem em capitulação, que deveríamos permitir que os problemas nos atropelassem, como se isso por si só glorificasse a Deus e como se fosse a maneira adequada de se render à soberania de Deus. Isso é uma mentira de Satanás para nos convencer a abraçar a derrota, e fazê-lo sem luta. Deus nos deu recursos para superar muitos dos nossos problemas; de fato, é frequente a sua ordem de resistirmos com os métodos que ele ensina e fornece.
Visto que chegamos ao conhecimento da fé cristã, não importa o que enfrentamos na vida, devemos sempre lembrar que em Jesus Cristo já escapamos do pior tipo de problema — isto é, da ira de Deus em ação na alma, da escuridão intelectual de uma mente incrédula e da depravação moral de um pecador que vive sem o poder do evangelho. Ao contrário dos não cristãos, que estão sendo devorados pela morte a partir de seu interior, temos uma liberdade definitiva e crescente da morte. Estamos sendo educados na verdade pela palavra de Deus, e crescendo em coragem e autocontrole pelo poder do Espírito Santo.

Tradução: Marcelo Herberts
Fonte: http://www.vincentcheung.com/